A
Rádio Sarau é como um livro que conta a história de um lugar e uma época no
Brasil a onde a seresta e serenata, a música e a poesia eram celebradas nas
casas, nas ruas, nas praças de Conservatória, distrito de Valença, Vale do
Café, Rio de Janeiro .
Um
tempo onde a Maria Fumaça, parada na praça, convidava as pessoas a viajarem
pelo Túnel que chora, Ponte dos Arcos, Serra da Beleza, Cachoeira da Índia e
cafezais da região.
Onde
desde a visita de Dom Pedro II, passando pela Era de ouro do rádio, até hoje, o
tempo não passou e as noites continuam enluaradas. Os seresteiros, moradores e
visitantes mantém tradição viva e recontada todos os finais de semana, através
das serenatas, serestas, espaços culturais, fazendas e pousadas do lugarejo.
A
Sarau contribui para que essa cultura se mantenha viva através das canções,
poesias e entrevistas com seus protagonistas, provocando as mesmas emoções e
sensações em antigos e novos visitantes quando chegam e quando se despedem do
lugar
A
rádio com texto leva o clima de Conservatória para outros lugares. Quem se
conecta à radio, se conecta também com o “Pedacinho de Céu” e tudo que o
lugarejo representa, ainda que nunca tenha estado lá.
Seja
bem vindo a estação da música, poesia e literatura romântica. Viva também esse
clima de nostalgia e daquela conversa gostosa na varanda acompanhada de uma
viola, café e bolo de fubá.
A apenas duas horas e meia do Rio,
você pode, ao som dos violões, olhar o céu sempre cheio de estrelas, pisar o
chão molhado de orvalho, esquecer o saldo bancário e o tempo.
Os Seresteiros cantam sob as janelas,
o túnel chora de saudade, a cachoeira lhe convida a um banho refrescante e o
balé dos vaga-lumes ilumina a escuridão. Em cada casa uma placa eterniza uma
canção e lhe faz reviver o passado. Conservatória é um "Pedacinho do
Céu". De lá nosso amigo Roberto Velasque comanda a Rádio Sarau.
O
rádio teve sua expansão mundial após a Primeira Guerra (1914-1918), quando houve grande
desenvolvimento nos meios eletrônicos e de comunicação para fins militares.
No
Brasil, o rádio atingiu seu apogeu em 1930, como principal veículo de
comunicação em massa, na mesma época em que o país era governado por Getúlio
Vargas. O rádio era utilizado principalmente como ferramenta para divulgação e
propaganda para o governo federal.
Nesse
período, iniciou-se a chamada “Era de Ouro do rádio”, quando ele passou a se
popularizar e torna-se um meio de entretenimento. Antes disso, o rádio não era
explorado para publicidade ou informação como hoje. Na época, o presidente
estabeleceu concessões às empresas particulares para o uso do rádio e, em troca,
utilizava o meio como propaganda para divulgar seus feitos e enviar mensagens
políticas aos ouvintes no programa obrigatório “A hora do Brasil”, que mais
tarde tornou-se “A voz do Brasil” (transmitida até hoje divulgando notícias dos
três poderes do país).
Além
da Rádio Nacional, outras grandes rádios surgiram, como a Record e a Tupi, e
todas disputavam a audiência dos ouvintes caçando e lançando novos artistas em
shows de calouros. Nesse processo surgiram grande nomes da música popular do
Brasil, como Ary Barroso, Dalva de Oliveira e Orlando Silva.
A
Rádio Sarau pretende transportar você para um lugar onde o tempo estacionou em
uma Maria fumaça na praça e de lá irradia as melhores emoções e experiências
sob o som de belas canções cheias de poesia e sentimento. Onde a Era de Ouro do
Rádio não passou.
Joubert Cortines de Freitas e José Borges de Freitas Neto ou
simplesmente irmãos Freitas, são nomes de fundamental importância para a
preservação das serenatas de Conservatória. Chegaram a este vilarejo em 1938, ainda adolescentes, e ao
encontrar este movimento musical nas ruas, se integraram imediatamente passando
mais tarde a sua liderança. Idealizadores do " Projeto em toda casa uma
canção", que visa perpetuar os nomes dos compositores, e as mais belas
canções brasileiras de amor presentes na alma lírica de nossa população. A
originalidade deste projeto que teve início na década de 60, e foi encerrado em
2003 com 403 placas não repetidas, envolveram os moradores e despertaram o
interesse da imprensa nacional e estrangeira, acarretando com isto o fomento de
um turismo cultural. Também criaram o museu da Seresta e Serenata, hoje seu
acervo encontra-se dividido entre a Casa da Cultura e o Centro da Memória da
Serenata de Conservatória. Deixaram também um legado de princípios éticos que norteiam
a conduta dos seresteiros até hoje.
Conservatória reserva muitos atrativos além da
música e da poesia no bucolismo de suas ruas sonoras.
O visitante poderá conhecer o Cine Centímetro,
uma réplica perfeita do Metro Tijuca onde seu proprietário, Ivo Raposo faz uma
palestra sobre o glamour dos cinemas dos anos 40/50/60 e exibe trailers dos
grandes clássicos .
A Ponte dos arcos, construção do século XIX feita por mãos escravas e por onde passava a Maria
Fumaça.
Outro ponto turístico incrível é a Serra da
Beleza, a poucos minutos do centro histórico e com estrada asfaltada. De lá
você tem uma vista que dá nome ao lugar, e ainda pode contemplar objetos
voadores não identificados!
Estes são apenas mais alguns motivos para fazer as
malas e vir para o "Pedacinho do Céu!"
Roberto Velasque
Curador da Radio Sarau, produz e apresenta uma programação voltada para quem ama Conservatória 24 horas por dia. Co-produtor e apresentador dos eventos: Aniversário de Conservatória, Homenagem aos cantores do rádio, Café, Cachaça & Serenata, Noite da Bossa Nova, Dia do seresteiro, encontro de seresteiros. Participante do Coral Vozes de Conservatória. Roberto é seresteiro assíduo e atuante nos saraus e nas serenatas em conservatória. .
Jorge Luiz Moreno (@morenofalasério)
Radialista, locutor, apresentador, podcaster, autor e ativista cultural. Ganhou em 2013 o prêmio A.P.C.A (Associação Paulista de Críticos de Arte) melhor rádio da internet pela a Radio Sarau.
A CASA DOS SERESTEIROS
O casarão em estilo neoclássico que abriga a Casa da Cultura situa-se em uma rua residencial, tendo nas proximidades a Praça Getúlio Vargas, onde se localiza a Igreja Matriz de Santo Antônio. Estima-se que foi construído por volta de 1830, por Francisco Leite Ribeiro, um dos abastados proprietários agrícolas no distrito.
Saraus sextas e sábados 20h
Coletânea
Seresta, serenata ou serenada era o entoar de canções
românticas à noite, sob o sereno ou ao luar, pelas ruas, de preferência ante a
janela da eleita. Seu surgimento à janela, ainda que apenas evidenciado através
da vidraça, era o bastante para o pretendente. Nesta coletânea selecionamos um
repertório abrangente de autores, instrumentista e interpretes da mais alta
qualidade, em gravações muitas vezes raras capazes de satisfazer o apreciador da
música de seresta.
A voz doce de Juliana Maia vai te para o mundo dos afetos.
Seu repertório passa por grandes sucessos da música brasileira além de mergulhar no romantismo da seresta. Nascida
em Conservatória, no interior do Estado do Rio de Janeiro, a artista escolheu a
música como principal forma de expressão em sua vida. Juliana usa o canto como
ferramenta para construir uma sociedade melhor.
Em "Ternária", Lúcia Helena interpreta 18 valsas
contemporâneas brasileiras, bem cercada por Maurício Carrilho, Lucina, Mauro
Aguiar, Vidal Assis, Wladimir Pinheiro, Alexandre Caldi, Marcelo Caldi, Luis
Barcelos, Pedro Franco e Marlon Júlio, em suas próprias canções, dentre outros
convidados. Também no time de compositores: Paulo Cesar Pinheiro, Cristóvão
Bastos,Guinga & Aldir Blanc, Sérgio Ricardo, Luhli, Luciana Rabello, Pedro entre outros
Desenha, pinta, toca, canta, compõe é ator, escreve poesias, contos, histórias
infantis, um artista completo. Zé Maria é artista autônomo que abandonou a
carreira de advogado para se dedicar a arte. Seresteiro assíduo nas serenatas
de Conservatória se tornou micro empresário na cidade. Publicou alguns livros
de poesia e tem 4 CDs gravados dedicados
a seresta, serenata e a MPB.